A aula de filosofia nos últimos dias tem andado à volta do feminismo e do seu objectivo: igualdade de direitos ou superioridade da mulher?! Obviamente que, sendo a turma composta por elementos de ambos os sexos, não chegamos a nenhum consenso já que a imparcialidade é, neste caso, quase inalcansável. Espera-se no entanto que, ao defender a tese que favorece o seu sexo, cada elemento use os melhores argumentos que encontrar. Na minha opinião, não aconteceu isso. Pode ter havido maus argumentos de qualquer dos "lados" mas parece-me que os argumentos mais fortes foram os usados pelas mulheres. Parcialidade? Não me parece! Dos rapazes ouvimos argumentos como: as mulheres sentam-se e esperam pelo sucesso; só os homens é que têm os trabalhos pesados; as mulheres querem é ser superiores; o feminismo não passa de uma luta por isso mesmo; as mulheres é que se deixaram rebaixar; todas as pessoas nascem com a mesma capacidade de evoluir física ou intelectualmente e mais algumas barbaridades das quais não me lembro.
Nós, mulheres, apresentamos argumentos "ligeiramente" superiores - tarefa que também não era muito difícil, tendo em conta os argumentos masculinos. Eu, que sou uma mulher com muito pouco valor e que se senta à espera do sucesso, tinha escrito em casa a conclusão pedida pela prof. no final do debate da aula anterior, e foi nela que baseei a minha intervenção. Defendi que o debate da aula anterior havia demonstrado a persistência, embora diminuída, de algum preconceito relativamente à importância e capacidade das mulheres. Supôs que esta tese tivesse por base o uso dos exemplos mais convenientes a cada um dos sexo, ou seja, que os homens falassem das mulheres menos capazes física ou intelectualmente, daquelas que esperam pelo esforço sem trabalho e das que defendem igualdade de direitos apenas nas questões que consideram oportunas, enquanto que as mulheres argumentavam com quem honra o seu sexo, quem trabalha para alcançar os seus objectivos e procura uma igualdade de direitos (não absoluta porque essa é inconcretizável, mas o mais próxima possível disso). Considerei mais correcto reconhecermos que há pessoas com importância e capacidade em qualquer dos sexos, assim como o contrário também é verdade. Afirmei que o machismo era mais recente do que o feminismo com base numa análise que me pareceu lógica. Lembrei, ainda que o reconhecimento é algo que os homens sempre tiveram como adquirido e que apenas as mulheres tiveram de lutar por ele. Antes e depois de mim disse-se muita coisa em defesa das mulheres. Falou-se do esforço de algumas mulheres, do exemplo de monarquias como a espanhola em que o rei é sempre o filho mais velho e da definição de feminismo que luta contra o reconhecimento adquirido pelos homens e do machismo que luta contra o feminismo e, consequentemente, contra a igualdade de direitos. Afirmei, na aula, que o machismo era mais recente do que o feminismo com base numa análise que me pareceu lógica na altura. Talvez tenham surgido outras teses devidamente fundamentadas mas considero que estas foram aquelas que o sexo masculino apresentou com mais relevância para o debate.
Voltaram a falar os elementos masculinos, a defendendo que o machismo também só defendia a igualdade de direitos - argumento que, a meu ver, é absurdo e no qual acho que ninguém naquela sala (mesmo quem o apresentou) acreditava. Realmente, os homens lutarem por uma igualdade de direitos quando os direitos sempre os favoreceram e declararem que isso era defender o seu género era, no mínimo, estranho. Não digo que neste momento, em Portugal - ou melhor, na maior parte do território nacional - exista uma grande discrepância a nível de direitos. Assim sendo, o feminismo não deve incidir nestes casos, e não o faz. Acho que em vários locais do mundo as mulheres já conseguiram alcançar o seu devido lugar, ou seja, já se colocaram ao nível dos homens. E fizeram-no por mérito próprio e sem qualquer cedência masculina, lembre-se!
Antes do debate terminar uma colega (também mulher e, portanto, também ela pouco esforçada e muito esperançosa no favorecimento feminino) disse que antes dominaram os homens o mundo, agora estávamos iguais, mas que daqui a algum tempo seriam as mulheres a dominar o mundo... Resultado: intervenções masculinas que a impediram de continuar a exprimir a sua opinião. Fê-lo apenas depois, numa rede social, e a conclusão dela foi: " as mulheres estão a conseguir cada vez mais que haja igualdade de direitos entre os sexos, e no futuro serão elas a ter o poder, porque: antigamente se dava mais valor à força mas agora dá-se mais valor à inteligência!" Se concordo? Não sou a favor de generalizarmos e reconheço que há homens intelectualmente tão ou mais desenvolvidos do que as mulheres pelo que também podem ser a eles a assumir o poder. Mas se houver mulheres mais esforçadas e que trabalhem mais por isso, porque não haverão de ser elas?!
mais uma vez está perfeito e nao poderia estar mais de acordo contigo Ana !
ResponderEliminarobrigada méguii-linda! vou ver se leio isto terça na aula (;
ResponderEliminarpedes à prof xb
ResponderEliminar