sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

JOANA!

Acho que a escolha do tema para os textos que publico começa a tornar-se repetitiva – na maioria das vezes falo da amizade e da sua importância – e, sobretudo, sou repetitiva nas pessoas a quem me dirijo. Mais uma vez é para a Joana! Ou melhor, desta vez vai ser sobre a Joana, o que sempre muda alguma coisa.

Quem costuma ler o blog já sabe que tenho muitas saudades da Joana e isso não vou repetir. Vou tentar explicar o valor que a Joana tem. Não te conhecia e tu não gostavas de mim como já disseste e compreendo. Já fomos colegas e amigas. Já fomos melhores amigas. Já nos afastamos e deixamos de falar. Voltamos a ser colegas e mais uma vez chegamos a amigas e voltaste a ser das melhores. Esta é a nossa história contada com a maior brevidade possível. Como se compreende o valor que te dei variou muito ao longo destes anos: do valor que se dá a alguém com quem nos chateamos ao valor que se dá a uma melhor amiga a quem se conta TUDO! Sabes, nunca mais tive uma melhor amiga a quem contasse tudo e duvido que chegue a ter. Pode ter sido da idade mas a nossa relação também teve, obviamente, influência. Desde ontem, quando me lembrei de escrever isto, que ando à procura de uma palavra que descreva a nossa amizade e acho que vou ter mesmo de usar duas: cumplicidade absoluta. Atrevo-me mesmo a dizer que partilhávamos tudo por muito estranho que isto possa parecer (claro que me estou a referir ao tempo que passávamos juntas e a tudo o que fazíamos muito além do que contávamos uma à outra). Foste das pessoas que mais me ajudou a crescer.

Custou-me muito afastar-me de ti, ou melhor, que te afastasses de mim. Ainda hoje não consigo entender bem a razão nem atribuir culpas. Sei que não fui eu a afastar-me mas também não me lembro de ter feito alguma coisa mal. Admito, no entanto, que alguma coisa teve de haver porque não eras rapariga de “birras”nunca foste!

Não me custou menos perder o orgulho de te dizer que tinha saudades nossas! Assim como te deve ter custado a ti. Mas pior do que isto tudo foi sentir que a nossa distância te chegou a ser indiferente quando a mim me doeu sempre muito. Não questiono o valor que me tenhas dado, nem te digo que não tenha pensado em“desistir” da nossa amizade. Soubeste reconsiderar o que disseste assim como eu soube lutar sempre por nós mesmo quando o fiz sozinha – como certamente hás-de ter feito algumas vezes.

(está-me a custar muito contar aqui a nossa história toda de forma tão “fria” e que parece tão ausente de sentimento, mas é a única forma de conseguir continuar com isto sem me meter para aqui com sentimentalismos excessivos como costumo fazer)

Recuperamos uma amizade que foi tomada por muitos como perdida. Não voltamos ao que éramos apesar de eu, ingenuamente, ter acreditado que de um dia para o outro mudava tudo. RECONSTRUÍMOS a nossa amizade (e às vezes reconstruir é muito mais difícil do que construir devido ao orgulho e às mágoas guardadas!). Mudou tudo muito devagarinho, a começar pelas conversas quotidianas que levaram ao partilhar de histórias “menos conhecidas”dos outros até sabermos contar uma com a outra. Pronto, acho que já cheguei onde queria: ao passado recente/presente.

(agora é que acho que vou encher isto de lamechices!)

Não te consigo contar tudo sobre a minha vida até porque não preciso (nem eu nem tu porque já consegues perceber quase tudo sem eu falar, "são muitos anos"). Mas também não consigo não te contar nada. Aprendi a viver o meu dia-a-dia sem te ir contar cada historiazinha. Sei muito bem distinguir o que preciso de te dizer daquilo que se souberes não vai mudar nada. Não és rapariga de andares colada a uma amiga e lhe contares a tua vidinha toda e eu também estou a aprender a não ser (se calhar porque fui obrigada a aprender) mas não deixo de saber que posso contar contigo. Só acho que ser amiga como nós éramos dá muito trabalho e nos cansa e se calhar foi esse o nosso problema. Cansámo-nos uma da outra mesmo sem repararmos e quase estragamos tudo. Por isso eu agora sei bem que devo falar contigo quando preciso. Porque quando preciso mesmo de falar com alguém é contigo, minha sempre grande amiga. Sei bem que se estiver muito mal e mesmo que esteja rodeada de bons amigos e boas amigas e tu estejas longe é a ti que vou pedir ajuda e és a única que vais saber ajudar (como já aconteceu, aliás). Sei bem que não podes vir a correr ter comigo sempre que houver alguma merda na minha vida (e há muitas) mas que quando percebes que é mesmo preciso vens –vieste sempre! Sabes bem que eu também faço sempre o mesmo e eu sei que sentes e fico mesmo contente por isso. Não fico contente quando estás mal mas fico contente por saber que tens a noção que podes contar sempre comigo

Sabes, eu fico contente por dizeres que nunca ninguém vai fazer por ti tanto como eu fiz porque assim sinto que foste recompensada por tudo o que tu fizeste e que também mais ninguém vai fazer!

Ps: Desculpa lá ser grande, já sei que não gostas de ter de ler isto tudo ;b

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